Saturday, December 5, 2015

como preencher o tédio com bons filmes

Primeiro post. Eu me chamo Luiza, tenho dezessete anos e desde que me conheço por gente estou tentando descobrir coisas novas. Por isso, vivo fuçando a internet na busca de novas músicas para escutar, livros para ler, filmes para ver. Como tenho dificuldade em me apresentar, quando conheço pessoas novas, uma das coisas que costumo perguntar é o filme ou diretor favorito. Sou dessas pessoas que acreditam que você é o que te faz feliz ou o que te deixa curioso e tenho uma relação assim com o cinema.

Pretendo ingressar na universidade em breve, então resolvi criar este blog como um escape criativo. Aqui, devo falar mais sobre decoração, arquitetura, design e projetos de DIY (faça você mesmo). Contudo, hoje um amigo meu me pediu uma lista de filmes para ele assistir durante as férias de final de ano e resolvi compartilhar aqui, como uma forma de me apresentar. Mas, vou fazer de jeito diferente: Farei uma lista de alguns dos meus diretores favoritos e vou indicar um ou dois filmes de cada um.

Os filmes marcados com * estão disponíveis no Netflix.




Wes Anderson traz ao cinema aquela mágica fotográfica, por causa da qual você não esquece que está assistindo um filme pensado em todos os detalhes. Perfeccionista, seus filmes possuem enquadramentos bem centralizados e palhetas de cores ponderadas, assim como personagens excêntricos. Suas histórias e abordagens fogem do óbvio e ainda sim a maioria de seus filmes pode ser apreciada por toda a família, desde as crianças até os mais velhos.

Os filmes que recomendo deste diretor são O Grande Hotel Budapeste e Moonrise Kingdom. Os dois filmes possuem grandes elencos e, apesar de não serem os meus favoritos deste diretor, foram responsáveis por popularizá-lo e são por muitos considerados suas obras-primas.

Em o Grande Hotel Budapeste (imagem acima), a principal trama da história segue acerca das aventuras do concierge do hotel, Gustave H (Ralph Fiennes), ao lado de Zero (Tony Revolori), o lobby boy, mensageiro" que acaba se tornando o seu melhor amigo, num período entre as duas Guerras Mundiais. O filme conta com nomes como Bill Murray, Edward Norton, Tilda Swinton, Jude Law, Jeff Goldblum, entre muitos (você nem imagina) outros grandes atores no elenco. Foi indicado ao Oscar de Melhor Filme em 2015 e vencedor de quatro estatuetas.

Já em Moonrise Kingdom (imagem abaixo), o foco é o amor inocente de Sam e Suzy, que decidem fugir juntos, por se sentirem rejeitados por seus amigos e família. São dois personagens extremamente interessantes e repletos de peculiaridades, assim como aqueles que os cercam. Este filme também possui um elenco impecável e vale muito a pena conferir.






David Fincher é um diretor conhecido por filmes que, digamos, contrastam MUITO com os filmes do Wes Anderson. São histórias mais tensas e sombrias, muitas vezes marcadas por plot twists inesperados. Seus filmes também possuem uma qualidade fotográfica marcante e um estilo perceptível.

Um dos meus filmes favoritos e que praticamente faço todos os meus amigos assistirem é Clube da Luta (imagem acima). No filme, o personagem de Edward Norton sofre de uma terrível insônia, além de estar preso numa rotina intensa de trabalho. Quando ele conhece Marla Singer (Helena Bonham Carter) e Tyler Durden (Brad Pitt), com ênfase no último, sua vida muda completamente. Junto a Tyler, ele funda o Clube da Luta, que se torna algo bem maior do que ele esperava. Apesar de violento, o filme é extremamente enigmático e cheio de pitadas de referências a correntes filosóficas como o existencialismo e o materialismo. Agora digo uma coisa. ASSISTA ESSE FILME ATÉ O FINAL. Muitas pessoas acham o filme pesado ou até confuso, mas tudo se encaixa melhor no final.

Outro filme interessante e recente desse diretor é Garota Exemplar (imagem abaixo), o qual foi uma das maiores apostas para o Oscar de Melhor Atriz deste ano, pela atuação impecável de Rosamund Pike. No filme, Nick, interpretado por Ben Affleck, se torna o principal suspeito pelo desaparecimento de sua esposa, Amy. O filme mistura passado e presente e, apesar de lento, mantém o telespectador intrigado do início ao fim.






Com uma filmografia recheada de filmes críticos, irônicos e polêmicos, um rei para muitos cinéfilos, Stanley Kubrick dirigiu vários filmes brilhantes, o que torna difícil a tarefa de se limitar a recomendar apenas duas obras de sua filmografia. Seu humor ácido e seu estilo marcante influencia até hoje inúmeros designers e cineastas. Algo interessante a ser observado é que este diretor usou muito da perspectiva de um ponto, cujo efeito de equilíbrio contrasta bastante com as cenas de seus filmes. Essa técnica foi utilizada mais tarde por diretores como Steven Spielberg e Wes Anderson.

O primeiro filme de Kubrick que tenho a indicar é Laranja Mecânica. Um clássico, o filme rodeia a vida de um jovem criminoso que lidera uma gangue e se torna cobaia de um experimento do governo que busca acabar com os problemas da sociedade. Violento, crítico e irônico, o filme também possui uma estética incrível, que influencia vários designers e arquitetos. Mas isso é história para outro post.

Outro filme, considerado um dos mais importantes filmes da história do cinema (pois é!!) é Dr. Fantástico*. Em inglês, é intitulado Dr. Strangelove or: How I Learned to Stop Worrying and Love the Bomb. O filme, que estreou em plena Guerra Fria, é uma comédia de humor negro na qual um general americano enlouquece e aciona um ataque nuclear à União Soviética. O filme, que incialmente deveria ser um suspense dramático, causou muita polêmica quando foi lançado, mas possui uma abordagem genial e até então inédita ao tema e é essencial para aqueles que querem se educar em cinema e entender um mais pouco sobre a tensão latente do período.
















Quentin Tarantino é amado por muitos. Eu, pessoalmente, adoro como o seu trabalho consegue incorporar uma violência exagerada que acaba se tornando cômica ao invés de tensa. Suas histórias são cheias de humor negro, ironia e, bom, sangue. Um de seus filmes mais conhecidos é Pulp Fiction*. O filme mistura diferentes histórias que se passam em Los Angeles, nos anos 90. As histórias se entrelaçam e confundem, numa apresentação que foge da ordem cronológica. Nas cenas, os personagens soltam aforismos e frases que se tornaram icônicas no mundo do cinema e te aprofundam um pouco mais em cada uma de suas personalidades. Recentemente, uma cena do filme com John Travolta onde seu personagem, Vincent Vega, fica confuso na casa de Mia Wallace (Uma Thurman) se tornou um meme e rodou a internet, com montagens do ator em diferentes localidades.








Outro filme brilhante desse diretor é Bastardos Inglórios * (imagem abaixo). O filme traz uma nova abordagem à Segunda Guerra Mundial, na qual ficção se mistura com o contexto histórico da guerra contra o nazismo. Se passa na frança ocupada pelos nazistas e conta a história de dois planos de diferentes grupos para assassinar líderes do partido nazista. Cheio de humor negro, ironias que te fazem pensar e um elenco de primeira, é um filme imperdível.













































Filha do grande Francis Ford Coppola, Sofia Coppola pode dividir opiniões. Alguns acham seus filmes introspectivos demais, mas, bom, eu gosto. E não estou sozinha. Essa diretora sabe captar a vida com uma delicadeza e subjetividade rara. Seus personagens não passam perto de serem rasos, mas é preciso, assim como na vida real, observar atentamente para captar suas personalidades. Pelo fato de Sofia possuir alguns filmes mais lentos e difíceis (posso estar exagerando, mas isso cabe a cada um), vou recomendar um filme mais"light" da artista. Além disso, a estética de seus filmes é fantásica, assim como suas escolhas musicais para as trilhas sonoras.

Maria Antonieta é um filme que dividiu opiniões por sua abordagem à vida da monarca francesa. A trilha sonora do filme é bem mais atualizada do que a história, com presença de bandas como The Strokes, New Order e The Cure. Além disso, existem escondidos pelo filme elementos que mesclam o passado com o presente, como um par de all stars largados ao fundo de uma cena. A cineasta também escolheu focar no emocional da personagem principal, interpretada por Kirsten Dunst, em detrimento do processo histórico que estava se dando na França durante o período em que o filme se passa, sem deixá-lo, contudo, de lado. Sua palheta de cores em tons pastéis e a cenografia também são maravilhosas de se notar.






























Diretor de filmes clássicos da década de 1980, John Hughes fez filmes que marcaram gerações, conseguindo expresssar as angústias da juventude da época, que não mudaram tanto nos dias de hoje. Muitos dos plots de seus filmes hoje se tornaram clichês, por posteriormente serem tão copiados por comédias românticas e dramas adolescentes. Depois de se educar nos filmes deste diretor, se torna até cômica a quantidade de referências a seus filmes que as pessoas passam a reconhecer em filmes da atualidade.

O filme que recomendarei possui um pouco de comédia, um pouco de drama, um pouco de romance, um típico crowd-pleaser.  Clube Dos Cinco mostra o encontro de cinco estereótipos comuns em filmes adolescentes e sobre o ensino médio: O atleta, a patricinha, o valentão, a excluída e o nerd. Todos estão na detenção em um sábado de manhã. Durante o tempo que passam juntos, se formam amizades, inimizades e romances e eles compartilham suas maiores inseguranças e problemas. Um clássico.




Por se tratar de algo que gosto muito, acho difícil resumir meu gosto em cinema, pois ele é muito amplo. Tentei o máximo que pude, mas muitos dos meus filmes favoritos ficaram de fora. Quem sabe isso é assunto para um outro dia.